As bombas peristálticas estão ganhando cada vez mais espaço no mercado de mineração. Seu grande diferencial é a capacidade de trabalhar com fluidos abrasivos, corrosivos e viscosos, sem deixar de lado a precisão na dosagem e a redução de custos operacionais.
Neste artigo, exploraremos as principais aplicações das bombas peristálticas na mineração e os motivos pelos quais sua adoção tem crescido no setor.
Origem das Bombas Peristálticas
O principio de funcionamento das bombas peristálticas partiu da observação do movimento peristáltico presente no sistema digestivo de animais e seres humanos, em que a musculatura faz contrações sequenciadas para empurrar os alimentos ao longo do tubo.
Os primeiros modelos de bombas peristálticas foram usados na área médica em procedimentos como hemodiálise ou administração de soro.
Apresentavam um funcionamento relativamente simples: um mecanismo de roletes comprimia um tubo flexível, fazendo o líquido avançar.
Sistema de funcionamento das bombas peristálticas de roletes:
Por serem bem-sucedidas na área médica, logo despertaram interesse de outros setores, especialmente nas indústrias que precisam manipular substâncias químicas, fluidos viscosos ou com partículas em suspensão.
Com o passar do tempo, as empresas passaram a desenvolver mangueiras mais resistentes e motores com diferentes faixas de velocidade, ampliando as possibilidades de aplicação.
Esse avanço tecnológico impulsionou o uso em setores como o de mineração, onde o bombeamento de polpas abrasivas, reagentes e efluentes requer métodos que reduzam desgastes e facilitem a manutenção.
Em síntese, o legado médico das bombas peristálticas influenciou toda a trajetória do equipamento, que hoje é visto como uma ótima opção para processos industriais que exigem bombeamento limpo, preciso e com baixo risco de contaminação.
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6 Características Relevantes das Bombas Peristálticas para Mineração
1. Manuseio de Fluidos Abrasivos
Como mencionado anteriormente, o princípio de funcionamento das bombas peristálticas baseia-se em um rotor com roletes ou sapatas que comprimem e descomprimem uma mangueira flexível, feita de borracha reforçada.
Por conta desse desenho, o fluido fica confinado apenas no interior da mangueira, sem entrar em contato com outras partes internas da bomba.
Isso é vantajoso para lidar com partículas sólidas e abrasivas, pois evita o desgaste de componentes metálicos e minimiza riscos de contaminação.
2. Capacidade de Bombeamento de Fluidos de Alta Densidade
Nos modelos desenvolvidos para mineração, as mangueiras são projetadas para suportar polpas muito densas, repletas de sólidos.
O mecanismo de compressão sequencial – gerado pelos roletes ou sapatas no rotor – impulsiona o fluido sem necessitar de palhetas ou impelidores, reduzindo a possibilidade de entupimentos.
O resultado é uma transferência eficiente mesmo quando há grande concentração de partículas no fluido.
3. Simplicidade na Manutenção
Como praticamente nenhum componente interno, além da mangueira, entra em contato direto com o fluido, há menor propensão ao desgaste de partes móveis.
Quando se faz necessário substituir a mangueira, o processo tende a ser direto e rápido, dispensando a desmontagem completa do equipamento.
Essa característica contribui para períodos menores de inatividade na linha de produção.
4. Vazões Ajustáveis e Controle de Dosagem
A regulagem do fluxo em bombas peristálticas ocorre variando a velocidade do rotor, o que possibilita melhor controle na dosagem de reagentes químicos.
Esse tipo de ajuste costuma ser mais exato do que em outros sistemas de bombeamento, atendendo às exigências de processos de beneficiamento, onde o equilíbrio entre reagentes e polpas faz diferença no resultado final.
5. Isolamento do Elemento Tubular
O fato do elemento tubular (ou mangote) ser o único elemento em contato com o fluido dispensa o uso de selos mecânicos. Esse projeto reduz perdas por vazamento e minimiza o risco de exposição do operador a substâncias tóxicas ou corrosivas.
Em setores como o de mineração, onde a segurança e a integridade ambiental são prioridades, esse isolamento se mostra bastante vantajoso.
6. Versatilidade de Aplicação
Graças à variedade de tamanhos de mangueiras e configurações de rotores, as bombas peristálticas podem ser empregadas tanto em processos que exigem baixas vazões quanto em operações de grande escala.
Elas são utilizadas para bombear polpas, dosar reagentes e transportar rejeitos e efluentes, tornando-se uma solução versátil em diversos pontos da cadeia de produção mineral.
Principais Aplicações das Bombas Peristálticas na Mineração
Transferência de Polpas e Lamas
Durante a extração e beneficiamento de minérios, formam-se polpas (misturas de sólidos e líquidos) e lamas (material sedimentado com alto teor de água). Essas substâncias precisam ser transportadas entre etapas de moagem, classificação e decantação.
Como a bomba peristáltica atua: Por usar uma mangueira como único ponto de contato com o fluido, a bomba peristáltica transfere sólidos em suspensão com menos entupimentos. Além disso, a substituição da mangueira é simples, auxiliando a continuidade das operações.
Dosagem de Reagentes Químicos
Na flotação e em outros métodos de separação mineral, adicionam-se reagentes para alterar a superfície dos minérios, facilitando sua separação do material estéril. A dosagem exata desses reagentes é muito relevante para a eficiência do processo.
Como a bomba peristáltica atua: A vazão pode ser controlada ao regular a rotação do rotor, o que possibilita uma dosagem mais precisa. O fluido fica confinado na mangueira, reduzindo o risco de contaminação ou desperdício de reagentes.
Bombeamento de Efluentes e Rejeitos
Depois de extraídos os minérios, restam efluentes líquidos e rejeitos sólidos ou semissólidos. O tratamento e a destinação correta desses subprodutos são obrigações legais e ambientais.
Como a bomba peristáltica atua: Por não precisar de selos mecânicos, as chances de vazamento são menores. Isso ajuda no manuseio de produtos corrosivos ou com sólidos, garantindo maior segurança na etapa de descarte ou reaproveitamento.
Reciclagem de Água de Processos
Em muitas minas, a água utilizada no beneficiamento é recuperada e reutilizada, reduzindo custos e impactos ambientais. Esse reuso exige equipamentos que lidam com líquidos possivelmente contendo sólidos.
Como a bomba peristáltica atua: A compressão sequencial da mangueira mantém a eficiência no transporte de águas turvas ou com partículas, evitando travamentos que poderiam interromper o circuito de reciclagem.
Transferência de Lodos Químicos
Algumas etapas de purificação e tratamento na mineração geram lodos espessos, resultado de processos químicos que sedimentam ou aglomeram impurezas. Esses lodos precisam ser bombeados para decantadores ou unidades de filtragem.
Como a bomba peristáltica atua: Como todo o bombeamento ocorre dentro da mangueira flexível, há menor atrito com partes internas. Isso previne danos causados por substâncias agressivas e mantém a operação estável mesmo ao trabalhar com fluidos de alta viscosidade.
Sistemas de Amostragem e Análise
Em laboratórios internos ou externos, amostras de polpas e reagentes são coletadas para verificação de concentração, granulometria e outros parâmetros de qualidade.
Como a bomba peristáltica atua: A coleta acontece sem contato direto com peças metálicas, mantendo a integridade da amostra. Dessa forma, os resultados de análise refletem melhor a condição real do material processado.
Bombas Peristálticas Vallair
Linha MS (Mining Series)
As bombas peristálticas de roletes da Linha MS da Vallair são projetadas especificamente para enfrentar as duras condições da mineração.
Fabricadas com materiais duráveis, como ferro fundido, aço inoxidável e elementos tubulares variados (borracha natural, EPDM, nitrílica, entre outros), essas bombas garantem resistência ao desgaste e confiabilidade operacional.
A linha inclui o modelo MS0, mais compacto e leve (66 kg), ideal para aplicações de menor vazão;
O modelo MS1 (110 kg), que oferece maior capacidade e flexibilidade;
O modelo MS2 (140 kg), projetado para demandas intermediárias;
O modelo MS3 é o maior da linha (310 kg) e é adequado para aplicações com vazões elevadas e requisitos mais intensos.
Com pressão de trabalho de até 15 bar e capacidade de operar em condições contínuas ou intermitentes, essas bombas são altamente versáteis para o transporte de lamas, polpas e produtos químicos.
A facilidade de manutenção, proporcionada por componentes como guias em Plexiglass e lubrificação automática, junto com as diferenças de porte e desempenho entre os modelos, tornam a linha MS altamente adaptável às diversas necessidades do setor de mineração, maximizando a eficiência e reduzindo o tempo de inatividade.
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