A bomba de duplo diafragma operada a ar, ou bomba pneumática como é mais conhecida, é um tipo de bomba de deslocamento positivo muito versátil, de fácil aplicação, instalação e manutenção.
O uso do ar comprimido como fonte de energia traz várias vantagens. Uma vez que frequentemente está disponível, torna a instalação da bomba muito rápida, pois dispensa sistemas elétricos adicionais, além de economizar nessa questão.
Nosso objetivo hoje é discorrer sobre os principais problemas que podem afetar o seu funcionamento e para isso precisamos entender melhor como elas são constituídas e funcionam.
Como funciona uma bomba pneumática?
Basicamente, uma bomba pneumática possui três partes principais, a saber, o conjunto de bombeamento composto pelos dois diafragmas interligados pelos pistões e eixo, a válvula de ar e o conjunto de válvulas de controle compostas pelas esferas e sedes, como ilustrado na figura 01
A região entre os diafragmas, onde está localizada a válvula de ar, é a região seca e só tem contato com o ar comprimido, sendo separada da parte molhada pelos diafragmas. A região molhada, por onde o produto operado passa, fica nas câmaras mais externas (a direita e a esquerda).
O princípio de funcionamento da bomba pneumática consiste na variação de volume da câmara molhada. Quando ela se expande, cria-se uma pressão de vácuo que facilita a sucção do produto, por outro lado, a sua redução provoca um leve aumento da pressão, empurrando o produto para fora da câmara.
A pressão de descarga máxima do fluido é sempre um pouco menor do que a pressão do ar comprimido, ou seja, se a pressão do ar for 6 bar, a pressão de descarga máxima será um pouco menor do que 6 bar.
Importante salientar que a pressão de descarga do fluido será proporcional à resistência do escoamento relacionado à instalação e à viscosidade. O que estamos querendo dizer é que a pressão de descarga será maior para linhas mais longas, ou se for bombeado um produto mais viscoso em uma mesma linha, por exemplo.
Devido aos dois diafragmas, enquanto acontece a expulsão do fluido de um lado, acontece a sucção do outro.
São as válvulas de retenção unidirecionais que controlam o fluxo do fluido bombeado. Estas só permitem fluxo em apenas um sentido. De cada lado, teremos sempre uma válvula aberta e a outra fechada, sendo controladas em função da pressão na câmara molhada.
Quando o ar é liberado de um lado, ele empurra o diafragma para frente, forçando a diminuição do volume da câmara molhada. Ao mesmo tempo, o diafragma oposto empurra o ar para a fora da câmara de ar. Esse diafragma ao chegar no final de curso empurra a válvula piloto que muda a posição da válvula de ar, invertendo-se o fluxo de ar, mudando a direção do movimento.
Principais problemas que podem acontecer com as bombas pneumáticas
Agora que nós já conhecemos o princípio de funcionamento de uma bomba pneumática podemos falar dos principais problemas que podem acontecer com as bombas pneumáticas, que são:
- Falta ar comprimido. Já recebemos contato de clientes que alegavam que sua bomba não funcionava e quando solicitamos uma foto, a linha de ar não estava conectada.
- Falta da conexão do fluido. Também já aconteceu conosco. Fique atento para esse ponto.
- A vazão diminui significativamente. Esse problema pode ter várias causas:
- Pressão de ar comprimido muito baixa. A vazão de bombeamento é proporcional a pressão do ar. Quanto maior a pressão do ar, mais rápido será o ciclo da bomba. Se a pressão do ar estiver muito baixa, a vazão será afetada.
- Esferas e/ou sedes com desgastes. Nesse caso, a vedação não será perfeita o que permite a passagem de produto através delas, mesmo na posição de fechada. Isso, irá reduzir a ação do vácuo, bem como da pressurização. Em caso mais graves, a bomba simplesmente não funciona (bate-bate, mas não produz vazão). Isso pode acontecer também quando o produto bombeado impregna-se nas esferas e sedes.
- Anéis de vedação da válvula de ar danificados. Isso provoca a passagem de ar entre as câmaras de ar. Como sempre existe uma câmara aberta para atmosfera, parte do ar será perdido por ali. Semelhantemente, em casos mais graves, a bomba não funciona.
- Bomba travada mesmo com o ar comprimido ligado corretamente. Isso pode acontecer por pelos seguintes problemas:
- A pressão de descarga é igual à pressão do ar comprimido. A pressão de descarga aumenta a medida que a dificuldade para o escoamento aumenta. Isso pode acontecer devido a válvulas fechadas parcialmente, obstruções na tubulação, ou o uso de fluidos mais viscosos. Instalações com diâmetro menores são mais suscetíveis a esse problema.
- Esferas e/ou sedes danificados. Em casos mais severos a bomba não funciona.
- Anéis de vedação da válvula de ar. Também em casos mais severos, a bomba não funciona.
- Congelamento do silenciador. O ar comprimido sofre uma expansão no silenciador que provoca uma redução da temperatura. Em caso mais severos, pode chegar a temperaturas mais baixas a ponto de provocar o congelamento da água presente no ar quando ele não foi devidamente seco.
- Um ou dois diafragmas rompidos. Essa ocorrência pode provocar um dano significativo na válvula de ar.
- Ligações do produto bombeado trocado. Como dissemos, o fluxo através da bomba acontece em um único sentido, se as conexões hidráulicas forem trocadas, a bomba não irá funcionar. Nas bombas que trabalhamos, a conexão de entrada é a inferior e a descarga é a superior.
- A bomba continua batendo, mesmo fechando a válvula de descarga. Isso acontece quando uma ou mais esferas não estão fazendo encaixe perfeito nas sedes. Tal ocorrência pode acontecer por erros de montagem ou devido a desgastes.
Bom, esses são alguns dos problemas mais frequentes que você pode enfrentar.
Caso você tenha alguma dificuldade adicional, a nossa de assistência técnica está à disposição. Entre em contato!